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Visa cria empresa para sobreviver à concorrência com o Pix no setor de pagamentos


Para sobreviver à potencial substituição dos cartões pelos pagamentos digitais no Brasil, a Visa Inc acaba de anunciar o lançamento da Visa Conecta, uma empresa tecnologia e movimentação financeira, que fornecerá iniciação de pagamentos por Pix. O anúncio da nova empresa foi feito por Leonardo Enrique Silva, diretor executivo da Visa Conecta e ex-diretor de Open Finance da Visa, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (5).

A solução de iniciação de pagamentos da Visa Conecta permitirá pagamentos via
Pix
com apenas um clique, após autorização inicial do vínculo da conta do
consumidor. A opção poderá ser oferecida por e-commerces, corretoras de investimentos, empresas de utilities, como distribuidoras de energia, gás e água, e outras companhias que queiram oferecer a opção do meio de pagamento instantâneo sem redirecionamento aos seus clientes.

O piloto está previsto para setembro de 2025 e marca o primeiro passo da Visa Conecta que extrapola o tradicional modelo de cartões da Visa.

A iniciativa surge diante do rápido crescimento dos pagamentos digitais fora do tradicional modelo de cartões, especialmente no Brasil, onde 35% das transações de e-commerce já utilizam o Pix como meio de pagamento. Apesar da popularidade do Pix, o processo de finalização de compra atual ainda enfrenta desafios significativos, como o alto índice de abandono de carrinho devido à fricção causada pelo redirecionamento automático para o aplicativo bancário durante a finalização da compra

Leonardo Enrique Silva destacou que a criação da Visa Conecta representa um marco importante para a empresa: “Se existe movimentação financeira, é lá que estaremos”. Ele ressaltou ainda que “muita coisa aconteceu” para que essa nova empresa fosse criada em uma companhia tão tradicional quanto à Visa, refletindo a evolução do mercado e o compromisso em liderar a transformação digital no setor financeiro.

A Visa Conecta usa a tecnologia da Tink e é parte do grupo Visa Inc, empresa global com sede em Delaware, nos Estados Unidos.

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Concorrência entre cartões e Pix

Segundo dados da Febraban, o número de transações com cartão de crédito aumentou 11,2% em 2024 em relação a 2023, para 19,8 bilhões. Já o uso do cartão de débito aumentou pouco menos de 3%, para 16,7 bilhões de transações.

Ambas as taxas representam crescimento, mas muito mais modesto do que quando comparados ao aumento visto no Pix na mesma base comparativa, de mais de 52%.

Ainda de acordo com a Febraban, o Pix ocupa a segunda posição no quesito valores transacionados, com R$ 26,9 trilhões transacionados no ano passado, abaixo apenas da TED, que somou R$ 43,1 trilhões em 2024. Ainda assim, entre 2023 e 2024, o volume transacionado pelo Pix disparou 56,3% contra 6% da TED.

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Boletos aparecem em terceiro lugar, com R$ 6,2 trilhões transacionados no ano passado, alta de quase 7%. Já os cartões de crédito cresceram 16%, a R$ 2,8 bilhões, enquanto os cartões de débito apresentaram leve queda de 0,10%, a R$ 1 bilhão.

O ritmo de crescimento esmagador do Pix frente aos outros meios de pagamento já é uma realidade e deve ser turbinado com as novas modalidades Pix, que devem aumentar ainda mais a gama de transações nas quais o meio de pagamento é usado em detrimento de cartões.

O Pix Automático, anunciado ontem (04), deve roubar dos cartões de crédito uma fatia das compras recorrentes, como assinaturas de streaming ou de academias, que agora poderão ser cobradas via Pix diretamente na conta do cliente, sem necessidade de cartão.

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Além disso, o Banco Central anunciou ontem os próximos planos do BC para o Pix: o Pix Parcelado e o Pix Garantia, produtos que oferecerão crédito à população até 2026.

O Pix Parcelado permitirá que o usuário parcele pagamentos via Pix, escolhendo no momento da transação entre pagar à vista ou em parcelas com opções de quantidade e juros. O lojista receberá o valor total instantaneamente, enquanto o cliente pagará o parcelamento à instituição financeira, que concederá o crédito.

Já o Pix em Garantia, direcionado a estabelecimentos comerciais e empresas, permitirá que empresas utilizem seus recebíveis futuros via Pix como garantia para operações de crédito. Isso significa que, assim como ocorre no mercado de cartões, onde empresas podem antecipar valores a receber de pagamentos futuros, o Pix em Garantia possibilitará que os recebíveis digitais gerados por transações Pix sejam usados para obter crédito.



Fonte: Infomoney