Apesar de roubar uma fatia das transações recorrentes feitas exclusivamente no cartão de crédito, o Pix Automático não substituirá o parcelamento de compras, segundo o Banco Central – tarefa que deve ficar a cargo de outra novidade, o Pix Parcelado.
“Existe um uso de parcelamento sem juros do cartão para pagar academia de ginástica. O sujeito paga uma vez só, mas parcela em 12 vezes. É a assinatura anual. Esse tipo de uso do parcelamento em juros é o que de fato vai migrar para o Pix Automático, porque ele vai ser muito mais barato [para o lojista]. Num caso genérico em que o sujeito vai querer parcelar uma compra, o Pix Automático não é uma boa ideia para as empresas, e há o direcionamento de que essa modalidade é para pagamentos recorrentes e não para provisão de crédito”, explicou Renato Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central.
O Pix Automático consiste em uma forma de pagamento que utiliza o Pix, mas com recorrência, e que poderá ser semanal, mensal, trimestral ou anual. A alternativa será ofertada por empresas sem nenhum custo aos clientes e promete facilitar o agendamento de pagamentos recorrentes.
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O consumidor que tiver um pagamento por Pix Automático cadastrado receberá uma notificação antes da liquidação do valor e terá a opção de cancelar o pagamento até a meia noite (0h) da véspera, caso não concorde com a cobrança – uma possibilidade que inviabiliza o uso da modalidade para o parcelamento de compras no varejo, como roupas calçados ou eletrodomésticos.
“A empresa está vendendo para um anônimo, então utilizar o Pix Automático para conceder crédito para um anônimo é uma má ideia, porque ele pode desistir daquele pagamento a qualquer momento. Esse não é o produto certo para isso. Além do que, não existe um mercado de antecipação das parcelas do Pix. Eventualmente, no Pix Garantido, isso vai até ocorrer. Mas hoje em dia, no parcelamento sem juros, o lojista consegue com facilidade antecipar as parcelas. O Pix Automático não oferece essa funcionalidade”, pontuo Gomes, durante o evento Conexão Pix, promovido pelo BC nesta quarta-feira (4) em São Paulo.
Pix Parcelado ainda está no forno
Em novembro de 2025 fica pronta a modalidade que tem potencial para chacoalhar o volume transacionado por cartões de crédito, já que consistirá em uma oferta de crédito feita diretamente pelos bancos, que é o Pix Parcelado. O produto financeiro permitirá ao usuário parcelar pagamentos feitos via Pix, com experiência padronizada para a contratação de crédito no momento da transação.
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Antes de realizar a transferência, o cliente poderá escolher entre pagar à vista com o saldo disponível na conta ou optar pelo Pix Parcelado, que oferecerá diferentes opções de parcelamento, incluindo quantidade de parcelas e taxas de juros a partir de determinada parcela.
A liquidação do pagamento para o lojista seguirá sendo instantânea e no valor total da compra, garantindo rapidez no recebimento. Já o cliente pagará o valor parcelado para a instituição financeira, que assume o crédito.
O Banco Central regula essa experiência para que seja uniforme entre todas as instituições financeiras e provedores de serviço, garantindo transparência e proteção ao consumidor.
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“Um dos grandes objetivos desse produto é o lojista oferecer desconto”, segundo Gomes, uma vez que essa forma de pagamento tem custo menor para o varejista.
Fonte: Infomoney
