A série da Netflix que conta a trajetória do piloto Ayrton Senna caiu na boca do povo e dominou os assuntos nas redes sociais. A série alcançou a marca de 53 milhões de horas assistidas desde o seu lançamento, em 29 de novembro. Com isso, se tornou, entre os dias 3 e 8 de dezembro, a série de língua não inglesa mais vista em todo o mundo e também no Brasil.
Desde o romance com a apresentadora Xuxa até a polêmica envolvendo a modelo, e agora apresentadora, Adriane Galisteu, nada passou despercebido pelos fãs, que também notaram que o piloto não se desgrudava de um acessório: o famoso boné azul do extinto Banco Nacional.
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“O Banco Nacional atuou no mercado financeiro na forma de um banco múltiplo até 18 de novembro de 1995, quando passou a ser administrado sob o Regime de Administração Especial Temporária (RAET), estendido até 13 de novembro de 1996, quando de sua liquidação extrajudicial, decretada e realizada pelo Banco Central do Brasil em observância à Lei nº 6024/1974 que o nomeia, também, Juiz da Liquidação. Desde então, suas ações estão suspensas de negociação nas Bolsas de Valores, por determinação da Comissão de Valores Mobiliários”, diz comunicado disponível no site do banco.
Quase 30 anos depois de entrar em liquidação extrajudicial, o Banco Nacional faz sucesso entre os brasileiros, pelo menos no que diz respeito ao boné. Na internet o item, com a assinatura de Senna, é vendido por R$ 149,90.
A parceria entre o ídolo e o banco começou em 1984, logo depois que Senna passou a competir pela Fórmula 1. O banco se tornou um dos primeiros patrocinadores do piloto e, desde então, é considerado um case de sucesso dentro do marketing esportivo.
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Mas não foi de cara que o Nacional se interessou pelo recém-chegado à F1. A diretoria do banco foi relutante em apostar em um iniciante. Consultaram, então, o locutor Luciano do Valle e o diretor de esportes da TV Globo, Ciro José, que afirmaram se tratar de boa aposta. Além disso, o interesse do Bradesco acelerou a parceria.
O contrato se manteve até a morte do piloto em 1º de maio de 1994, depois de uma colisão entre o com uma barreira de concreto, durante o Grande Prêmio de San Marino, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, na Itália.
Importante lembrar que ao longo dos anos, outros bancos procuraram o piloto com propostas financeiras mais atrativas, mas Senna se manteve fiel ao Nacional, que acreditou no seu potencial bem no início da sua ida para a F1.
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Histórico do banco
Fundado pelos irmãos José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro de Magalhães Pinto, o Banco Nacional de Minas Gerais começou a operar em 1944. Ao longo dos anos, foi adquirindo outras instituições financeiras até chegar a 400 agências e mais de 40 mil funcionários. Em 1972, a instituição resolve tirar a identidade de Minas e ficar apenas com o Banco Nacional.
Os anos de glória, no entanto, foram seguidos pela derrocada do banco. Acusado de fazer uma “contabilidade fictícia” para tentar maquiar os problemas, o banco passou a enfrentar dificuldades. Até que em 1995, o BC decide intervir no Banco Nacional, afastando os gestores. Em auditoria, a autarquia montetária identificou 652 contas fictícias com saldo cinco vezes maior do que o valor do patrimônio líquido do banco.
Em 1996, a instituição teve sua liquidação extrajudicial decretada e realizada pelo Banco Central do Brasil. A liquidação extrajudicial do Banco Nacional foi encerrada em agosto deste ano pelo BC, 28 anos depois do seu início.
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Por meio de fato relevante, o “Banco Nacional informou que o Banco BTG Pactual acionista controlador da companhia apresentou à CVM, em 13 de setembro de 2024, pedido de registro de oferta pública de aquisição de ações ordinárias e preferenciais em circulação de emissão da companhia, em atendimento à obrigação de apresentar uma oferta pública de aquisição em razão da alienação do controle da companhia ao BTG Pactual”.
Fonte: Infomoney