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- Investidores de renda fixa viram seu patrimônio subir em 2024, especialmente após as altas previstas na Selic
- No entanto, o montante final entre quem investiu em poupança e CDB foi diferente
- A Selic é um fator importante para esses investimentos porque suas rentabilidades estão atreladas a ele
Investimentos em renda fixa, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e a caderneta de poupança, apresentaram resultados interessantes em 2024 na esteira de decisões monetárias, mudanças no comando do Banco Central (BC) e eleições municipais no Brasil, além dos eventos no exterior, como as eleições dos EUA e primeira redução de taxas de juros americanas desde 2020. Ainda que os investidores viram seu patrimônio crescer com esses ativos, cada um trouxe rendimentos diferentes ao longo do ano.
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O principal fator que contribuiu para os avanços da renda fixa foi o aumento da Selic, taxa básica de juros do País, já que esses investimentos possuem rentabilidades atreladas à taxa. Atualmente, a Selic opera em 12,25% ao ano, mas chegou a ser cortada em até 10,5% a.a. e voltou a subir após a indicação de Gabriel Galípolo, atual presidente do Comitê de Política Monetária (Copom), para a presidência do BC. Além disso, a questão fiscal manteve uma pressão para que o órgão elevasse novamente a taxa.
A escolha entre CDB e poupança depende de fatores como perfil, objetivos do investidor, prazo de aplicação e rentabilidade líquida esperada, portanto é importante conhecer seu funcionamento. A pedido do E-Investidor, a Comdinheiro-Neológica realizou um levantamento para entender qual das rendas fixas rendeu mais dinheiro em 2024.
Poupança
Um aumento da Selic, ainda que seja interessante para a renda fixa, não ajuda os investidores da poupança. Isso acontece porque, desde 2012, após decisão do BC, a rentabilidade da poupança varia conforme o patamar da taxa básica de juros.
Quando Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança corresponde a 70% da Selic mais a taxa referencial. No entanto, quando a taxa de juros estiver acima de 8,5% a.a, a rentabilidade muda e passa para 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR). Ou seja, o retorno líquido atual do investimento mais popular entre os brasileiros permanece na faixa de 7,13% ao ano.
Segundo o levantamento, uma aplicação de R$ 1 mil na caderneta de poupança, por exemplo, ofereceu um retorno de apenas R$ 63,43 em 12 meses.
CDB
Os CDBs são títulos criados por instituições financeiras em que o investidor “empresta” seu dinheiro para o banco e, após o tempo estabelecido, é devolvido acrescidos dos juros. Entre os tipos de investimento, estão os prefixados, pós-fixados e híbridos, sendo que os dois últimos são necessariamente atrelados a um indicador da economia brasileira, como a Selic.
Dessa forma, os rendimentos de um investimento em CDB pós-fixado ou híbrido foram mais satisfatórios neste ano, visto que seguiram amparados na taxa básica de juros por meio do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Um CDB que rende 100% do CDI, por exemplo, teve rentabilidade atrelada à Selic, superando o montante final da poupança, pois operou no patamar de dois dígitos.
Vale destacar que, mesmo com as oscilações da taxa de juros ao longo de 2024, investidores de CDB não perderam dinheiro em cada corte da Selic. Os cortes significam apenas uma redução na rentabilidade dos ativos.
Em 2024, uma aplicação de R$ 1 mil ofereceu um retorno de R$ 96,23, segundo o mesmo levantamento da Comdinheiro-Neológica. Confira:
Ainda que os retornos da poupança tenham sido menores aos do CDB em 2024, a popularidade da caderneta pode estar atrelada à isenção de pagamentos no Imposto de Renda (IR). No entanto, os dois investimentos possuem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O que vale mais a pena para 2025: CDB ou poupança?
Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, lembra que o CDB apresenta maior rentabilidade em relação à poupança, em geral. Quando o cenário é de taxas de juros mais altas, inclusive, eles são mais vantajosos mesmo após a incidência de imposto de renda. No entanto, ele frisa que a escolha depende do perfil do investidor: a poupança é isenta de IR e oferece liquidez imediata, enquanto o CDB proporciona maior retorno, mas pode ter prazo de carência para resgate.
“A expectativa para 2025 depende do comportamento da Selic, mas acredito fielmente que seguiremos mantendo a taxa em patamar alto. Isso acaba colocando em evidência e sendo muito mais vantajoso os investimentos que possuem um rentabilidade atrelada ao CDI”, afirma Lima.
De acordo com o último Boletim Focus – divulgado no dia 16 de dezembro – a previsão para o final de 2025 é que a Selic esteja acima de 14%. Isso beneficiaria diretamente os CDBs em detrimento da poupança.
Portanto, produtos atrelados ao CDI são apontados como os melhores investimentos em renda fixa para 2025, visto a tendência de seguir uma alta taxa de juros no Brasil. Ele destaca ativos como CDBs, Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), além de Letras de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio (LCI/LCA).
“Agora é o melhor momento pra se investir em produtos de renda fixa”, indica Lima.
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Fonte: E-investidor